Sumários

A MEDICINA - CONCEPÇÕES DO CORPO E REIFICAÇÃO.

17 Novembro 2017, 11:00 Maria Manuela Vasconcelos Hasse a. Silva



O interesse da antropologia estende-se a todos os domínios da vida biológica e social. A relação da medicina com os desenvolvimentos tecnológicos e a progressiva orientação para práticas mais ou menos agressivas de tratamento são analisadas. Trata-se de compreender, por um lado, de que forma culturas distintas se relacionam com os tratamentos universais propostos, por outro, de conhecer as atitudes presentes entre todos os implicados no processo de tratamento ou cura. No estudo proposto, de Charlotte Ikels, constatam-se práticas médicas e atitudes diversas, entre uma capacidade científica e tecnológica quase omnipotente, e a aceitação automática, o questionamento existencial e a rejeição clara por razões de base religiosa e espiritual.
Em torno destas diferentes realidades, as diferenças económicas acentuam as posições de desvantagem de uns relativamente a outros, ao mesmo tempo que proliferam as empresas de fornecimento de orgãos numa clara manifestação do valor mercantil dos corpos, das vidas, uma comercialização das soluções de tratamento e aumento das possibilidades asseguradas de cura.
Na circunstância, levantam-se questões éticas, questiona-se a validade universal da concepção de 'morte cerebral' e, no debate suscitado pela abordagem deste problema, ficou sublinhada a necessidade imperiosa de ouvir o doente e de respeitar a sua vontade - ainda que esta seja a de não querer sujeitar-se a tratamentos prolongados em que assentariam hipotéticas possibilidades de vida.


A MEDICINA - CONCEPÇÕES DO CORPO E REIFICAÇÃO.

17 Novembro 2017, 08:00 Maria Manuela Vasconcelos Hasse a. Silva



O interesse da antropologia estende-se a todos os domínios da vida biológica e social. A relação da medicina com os desenvolvimentos tecnológicos e a progressiva orientação para práticas mais ou menos agressivas de tratamento são analisadas. Trata-se de compreender, por um lado, de que forma culturas distintas se relacionam com os tratamentos universais propostos, por outro, de conhecer as atitudes presentes entre todos os implicados no processo de tratamento ou cura. No estudo proposto, de Charlotte Ikels, constatam-se práticas médicas e atitudes diversas, entre uma capacidade científica e tecnológica quase omnipotente, e a aceitação automática, o questionamento existencial e a rejeição clara por razões de base religiosa e espiritual.
Em torno destas diferentes realidades, as diferenças económicas acentuam as posições de desvantagem de uns relativamente a outros, ao mesmo tempo que proliferam as empresas de fornecimento de orgãos numa clara manifestação do valor mercantil dos corpos, das vidas, uma comercialização das soluções de tratamento e aumento das possibilidades asseguradas de cura.
Na circunstância, levantam-se questões éticas, questiona-se a validade universal da concepção de 'morte cerebral' e, no debate suscitado pela abordagem deste problema, ficou sublinhada a necessidade imperiosa de ouvir o doente e de respeitar a sua vontade - ainda que esta seja a de não querer sujeitar-se a tratamentos prolongados em que assentariam hipotéticas possibilidades de vida.


O PROBLEMA DA ALTERIDADE EM ANTROPOLOGIA. O CORPO.

15 Novembro 2017, 13:30 Maria Manuela Vasconcelos Hasse a. Silva



Segundo o estudo de Jorge Crespo A Construção do Corpo do Outro, o encontro entre os portugueses e os índios do Brasil, descrito por Pêro Vaz de Caminha, representa um momento excepcional de descoberta para o mundo e, em especial, para os portugueses. No entanto, neste encontro, o processo de descoberta reveste-se de traços inesperados pois ao descrever o habitante do Novo Mundo e as suas características algo mais é revelado nesse confronto estabelecido em termos absolutamente desiguais.
No encontro entre estas culturas, entre quaisquer culturas, a descoberta vai para além do que é esperado, das expectativas, e revela-nos a própria antropologia como um domínio de conhecimento de si.
Neste quadro, a descrição minuciosa do corpo do índio, espaço da surpresa e de sedução, revela a naturalidade, a nudez, a inocência, a ausência de Deus, a docilidade, a decoração dos corpos, como pontos de partida para a descoberta de campos inesperados. Neste estudo, destaca-se a importância de um documento histórico cuja análise antropológica nos introduz no universo espesso da Antropologia. O face a face entre o civilizado que identifica o nativo como o selvagem, a necessidade de transformação do selvagem em civilizado, a vontade de cristianizar, de tornar igual através da conversão e das maneiras civilizadas. A importância do índio na identidade europeia. O corpo índio como elemento de distinção. A dificuldade de aceitar a diversidade.


A ALIMENTAÇÃO - UM COMPLEXO DE CULTURA.

15 Novembro 2017, 11:00 Maria Manuela Vasconcelos Hasse a. Silva

A alimentação é um elemento de cultura. Através da alimentação é possível conhecer uma cultura na sua totalidade. A alimentação constitui um dos indicadores de separação entre aqueles que se alimentam de produtos crus e aqueles que se alimentam de produtos cozinhados, de alimentos frios e de alimentos quentes (Lévy-Strauss). Através da alimentação é, ainda, possível conhecer a forma como o consumo dos alimentos se encontra associada a todos os sentidos (visão, olfato, tacto, paladar, audição) e não apenas ao gosto (paladar). A possibilidade de compreender a distinção social através da disposição da mesa e de todos os acessórios indispensáveis ao acto de comer, levar os alimentos à boca, cortar os diferentes alimentos, os alimentos consumidos, a selecção dos alimentos consumidos, a maneira de comer, as maneiras de estar à mesa, o equipamento para utilizar à mesa, a regularidade das refeições, a presença da religião e o ordenamento do ano de acordo com a experiência da vida religiosa.
A alimentação como um factor fundamental de educação, de transmissão de cultura. A alimentação na cultura erudita (a literatura) e na cultura popular (as festas religiosas, as festas locais, as festas familiares, a celebração de aniversários de nascimentos e de matrimónio, o cinema), um facto social total.
A vigilância e o controlo social do prazer através da alimentação, a dieta, a alimentação vegan, a alimentação vegetariana, o desenvolvimento dos estudos no domínio da nutrição. A racionalização da vida através da alimentação, dos horários alimentares, da sociabilidade associada ao acto de comer. A fast food e a slow food. O desenvolvimento da sensibilidade, da motricidade fina, de um refinamento de classe, de distinção.
A alimentação e a vida social.


A ALIMENTAÇÃO - UM COMPLEXO DE CULTURA.

14 Novembro 2017, 14:00 Maria Manuela Vasconcelos Hasse a. Silva


A alimentação é um elemento de cultura. Através da alimentação é possível conhecer uma cultura na sua totalidade. A alimentação constitui um dos indicadores de separação entre aqueles que se alimentam de produtos crus e aqueles que se alimentam de produtos cozinhados, de alimentos frios e de alimentos quentes (Lévy-Strauss). Através da alimentação é, ainda, possível conhecer a forma como o consumo dos alimentos se encontra associada a todos os sentidos (visão, olfato, tacto, paladar, audição) e não apenas ao gosto (paladar). A possibilidade de compreender a distinção social através da disposição da mesa e de todos os acessórios indispensáveis ao acto de comer, levar os alimentos à boca, cortar os diferentes alimentos, os alimentos consumidos, a selecção dos alimentos consumidos, a maneira de comer, as maneiras de estar à mesa, o equipamento para utilizar à mesa, a regularidade das refeições, a presença da religião e o ordenamento do ano de acordo com a experiência da vida religiosa.
A alimentação como um factor fundamental de educação, de transmissão de cultura. A alimentação na cultura erudita (a literatura) e na cultura popular (as festas religiosas, as festas locais, as festas familiares, a celebração de aniversários de nascimentos e de matrimónio, o cinema), um facto social total.
A vigilância e o controlo social do prazer através da alimentação, a dieta, a alimentação vegan, a alimentação vegetariana, o desenvolvimento dos estudos no domínio da nutrição. A racionalização da vida através da alimentação, dos horários alimentares, da sociabilidade associada ao acto de comer. A fast food e a slow food. O desenvolvimento da sensibilidade, da motricidade fina, de um refinamento de classe, de distinção.
A alimentação e a vida social.